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sábado, 17 de setembro de 2011

Manoel de Barros

Acho que vocês já perceberam a paixão que eu tenho pelos poemas do Manoe de Barros, né?

Se for passear pelo blog, vai encontrar muitas peças que já fiz
usando suas palavras... então resolvi falar um pouquinho sobre ele pra que vocês conheçam

ainda mais e se apaixonem como eu me apaixonei...



Meu alimento diário...




Por viver muitos anos dentro do mato
moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro -
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
por igual
como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
E, se quisesse caber em uma abelha, era
só abrir a palavra abelha e entrar dentro
dela.
Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros, em “Poemas Rupestres”


"Poesia é trabalho", afirma. Todo dia, às 7 da manhã, ele bate ponto. Escreve seus versos, lê, medita até a hora em que sua mulher, Stella, o chama para o almoço. Se a marca de sua infância foi a sensação de solidão, lá "no abandono do Pantanal", agora o poeta está sempre acompanhado.


A alfabetização foi na infância, com uma tia, que visitou o rancho onde os pais de Manoel criavam seus seis filhos e levou cartilhas e lápis. O pai era responsável por construir as cercas das terras do irmão e, durante três anos, passava cada noite com a família em um acampamento diferente. "Fui criado assim, no chão, no meio do sertão brabo", relembra. "Vivia brincando com lagartixas, gafanhotos e sapos, perto das lagoas. Minha mãe me deixava no chão, mascando um naco de carne." Só depois, na sede da fazenda, aprendeu as primeiras letras e se acostumou a ouvir a mãe tocar violino. Aos 8, veio para Campo Grande estudar num internato. Embora nascido em Cuiabá, onde viveu apenas alguns meses, Manoel passou a maior parte da existência em Mato Grosso do Sul

Casado em 1947, foi fazer a vida no Rio, formado em Direito. Na primeira audiência, a timidez era tanta que o jovem advogado vomitou na mesa do juiz cujo nome jamais esqueceu, Epaminondas. Melhor lembrança teve do ano em que, depois de visitar aldeias indígenas no Brasil e na Bolívia, foi para Nova York se educar. Visitou museus, onde, além de Klee, descobriu Picasso, Klimt e muitos outros;


O grande acontecimento da sua vida, porém, se chamou João Guimarães Rosa. Manoel não lembra qual foi o ano em que o leu pela primeira vez, mas lembra bem o título - Sagarana (1946) - e a sensação deixada: "Eu fiquei roseado." Manoel já era maduro e tinha alguns livros publicados, nos quais vê "o desejo de desconstruir a linguagem", mas Rosa foi o pulo do sapo. Conta com discreto orgulho uma vez que se encontrou com o mestre, em 1960, por meio do diplomata Mario Calabria. Deu a ele o Compêndio para Uso dos Pássaros, então recém-publicado, e Rosa o leu imediata e calmamente, à frente dos dois amigos. Terminou, sorriu e resumiu: "Manoel, é um doce."



Beijos e muita poesia na sua vida...

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